sábado, 30 de abril de 2011


You know me well enough to know
That I'm not playing games
I promise
I won't turn around and
I won't let you down
You can trust
I never felt it like
I feel it now
Baby there's nothing,
There's nothing
We can't get through
-Colbie Caillat (I do)
Dar valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
-Johnny Depp

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Endureci um pouco, desacreditei muito nas coisas, sobretudo das pessoas e suas boas intenções. Dar um rolé em cima disso não vai ser nada fácil. E as marcas ficarão - tatuagens.
-Caio F.

O tempo e a falta..

Sempre me disseram que se deve ser feliz de dentro pra fora. Pois se é assim, então eu não sou. Eu guardo sentimentos ocultos. Eu guardo melancolia. Eu alimento minhas nostalgia.
E em dias como hoje, desenterro todo o meu passado e brinco de voltar no tempo com as palavras. De mudar o que já acabou. De eternizar o que nem durou.
Talvez a vida seja mesmo isso. Guardar sentimentos.
Eu só não consigo entender como as pessoas conseguem com o tempo, simplesmente se desfazer de tudo isso. O tempo pra mim, não muda nada:  Deixar as coisas mais distantes só faz com que a minha vontade de alcançá-las aumente.
Sinto saudade de tudo aquilo que já passou. De todos os cheiros, de todos os erros e de todos os medos. Dos amigos que se foram. Dos idiotas que me fizeram aprender o que é sofrer.
Sinto falta de caber no banco de trás do carro dos meus pais. Do meu primeiro colégio e das suas exigências sem fundamento. Da minha professora do infantil que me fez acreditar que eu era diferente.
Sinto falta de tudo aquilo que tive que deixar, de tudo aquilo que me deixou antes mesmo de chegar. Dos abraços e das lágrimas que eu não deixei cair. Da cor do meu quarto quando o sol batia pela janela. Da música que tocava naquela viagem de família.
Mesmo sabendo o final da história, eu não faria diferente. Eu faria de novo. Pra sempre.
-Bruna Vieira - Depois dos Quinze
Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.
-José Saramago

Remember when we were such fools
And so convinced and just too cool,
Oh no...No no
I wish I could touch you again
I wish I could still call you friend
I'd give anything
-Pink (Who knew)
 Me mostra um caminho agora, um jeito de estar sem você... O apego não quer ir embora..
-Maria Gadú  (Dona Cila)
 Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.
-Nando Reis (All star)
 Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar.
-Marisa Monte/Moraes Moreira (Palavras ao vento)
Aquilo que eu temia aconteceu ou foi só ilusão? Você manchou nós dois e desbotou a cor de um só coração..
Ou anda sozinha, me esperando pra dizer coisas de amor.
-Los Hermanos (Fingi na hora rir)
[...]Quanto ao resto, bom, ninguém nunca precisou de restos para ser feliz..
- Pâmela Rugoni Belin

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Você acha que o nosso amor pode fazer milagres?
- Eu acho que o nosso amor pode fazer tudo aquilo que quisermos. É isso que te traz de volta pra mim o tempo todo.
-Caio F.
                
Eu odeio saber que certas coisas não vão acontecer, certas palavras não serão ditas e mesmo assim continuar acreditando o contrário.
-Hey! I Love
Não, ela não era tola. Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends, ela queria acreditar.
-Caio F.

Difícil de carregar..

Na minha cabecinha inocente, duas pessoas que se amam deveriam formar um casal apaixonado. Daqueles que a gente vê em filme. Com direito a corridinha na beira do mar de mãos dadas e tudo mais. Com beijo romântico no pôr-do-sol. Na minha imaginação adolescente, o amor nunca perde o viço. Era só isso que eu pedia pra mim. Flores, frases, vinhos, praias, corações, edredons. Mas quem mandou eu acreditar nos filmes, nos livros, nos textos, nas palavras, nas promessas?Não entendo de morar junto, não entendo de casamento, não entendo de uma vida a dois, muito menos de amor. Mas o amor não deve ser só receber sem se dar. Se fosse, estaria à venda. E não está. Porque o outro lado não precisa de dinheiro pra amar. Só precisa amar de volta com a mesma intensidade. E o amor precisa de intensidade. De intenção. O amor não é querer o fácil só porque lhe convém.Talvez seja por isso que certos tipos de homens apreciam prostitutas. Amor enlatado. Descartável. Pra viagem. Só na hora que convier. Sexo sem tpm. Vapt-vupt. Au revoir. Enquanto o dinheiro der. Sem dor de cabeça. Até que a próxima noite os separe. Na alegria, sem tristeza. Na saúde, com doença.Se o amor tem um preço, é este: amar vinte quatro horas por dia, sete dias por semana. Amar cem por cento. Amar por inteiro. Infinito. Sem data de validade ou prazo pra expirar. Dar sem garantias de receber nada em troca. Apostar todas as suas fichas. Ser todo. Se o amor tem um preço, um jeito, uma forma, uma fórmula. Se o amor tem jeito. Eu não sei. Eu não sou fácil, não me vendo, não aceito migalhas, não gosto de metades. Sou um império do bem e do mal. Sou erótica, sou neurótica. Sou boa, sou má. Sou biscoito de polvilho. Açúcar, sal, mousse de maracujá. Só não sou um brinquedinho. Que alguém joga no canto do quarto quando não quer mais brincar. Sou um pacote. Uma mala. Sou difícil de carregar.

O que falta

Todas as cartas de amor que hoje repousam em alguma gaveta velha e as que não foram nem escritas pelo medo da resposta. As rasgadas, queimadas, manchadas de água dos olhos ou caneta ruim. Todos os sentimentos ridículos que só são ridículos pelo tamanho da verdade, pela vontade de dizer sem motivo e mil vezes. Todas as ressacas desnecessárias das noites vazias, que seriam tão facilmente evitadas, que por pouco não são preenchidas de romance e música. Todas as palavras certas da pessoa errada e todas as pessoas erradas que insistem em tentar me fazer feliz quando são incapazes por natureza. Os risos forçados que geram lágrimas no travesseiro, as danças vazias que geram um vazio ainda maior. Os finais de semana que doem o resto dos dias. A mentira que preenche de ar o que devia ser companhia. A amargura que cresce rancor por coisas pequenas e afáveis dos que são capazes da felicidade.

É por isso e talvez por mais algumas coisas que não tem nada aqui dentro. Porque todo o sentimento que faz bem só existe pros outros, pros bonitos, pros inocentes, pros que se deixam levar e são felizes desse jeito. Eu não. Sou artista, sou mentira, sou intensidade. Não consigo aceitar pouco. Tem gente que vive de jogos porque rebaixa o amor à adrenalina, porque acha que o pressuposto dos relacionamentos é sofrer. Eu não sou assim. Não gosto de solidão a dois.

Eu tenho tentado, inutilmente, ser melhor. Me perdi no caminho e não posso voltar ao que era, tampouco posso parar de seguir em frente. Então deve haver uma maneira de evoluir sem perder o direito de sentir. Crescer sem perder a esperança nas pessoas. E aprender isso sozinha é triste: torna todo o resultado inútil. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Uma mistura de vontade de chegar mais perto com vontade de me proteger.
-Tati B.
Noite vai, então, o que sobrou do olhar seguro e das promessas que eu ouvi de amar, de ser um só, de nunca desistir?
-Sandy Leah

Y amo lo que amas yo te amo
Te amo por amor sin doble filo
Te amo y si pudiera no amarte
Se que te amaria aun lo mismo
-Axel Fernando (Amo)

Dedicado ao Amor da minha vida (Nick) e ao Kuxo (Wagner) que me passou a música *-*
<3

domingo, 24 de abril de 2011

Como tu pode mentir pra quem te ama e continuar olhando nos olhos dela com tanta firmeza?  Como é que você consegue viver com essa máscara cobrindo o teu rosto? Alguém que me faz entender, por que é mais forte quem mente?
-
Foto: mrbiswinning.tumblr.com
Não quero pensar, não quero fazer planos, não quero criar expectativas. Quero apenas que os dias passem.
-William Shakespeare

Sonhar, e não desistir.
Cair e ficar de pé,
Dar valor depois que passou.
É duvidar da sua fé,
Eu vejo a vida tem vários caminhos.
E entre eles o destino improvisa,
Nos pequenos detalhes da vida,
A resposta está escondida.
-Nx Zero (Onde Estiver)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Porque, pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre.

Crônica: Amar é Punk


"Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece."

"Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. Eu quero alguém  que divida o chão comigo. Quero alguém que me traga o fôlego."

"Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. " 

"Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios."


Passa lá? Fernanda Mello -  Coração na Boca

 
..hoje a lágrima não cai, sei agora o mal que faz, dar amor a quem não ama, dar amor a quem só traz ódio e desilusãoo que maltrata o coração precisando de carinho...
-Los Hermanos (Descoberta)

quinta-feira, 21 de abril de 2011


Esse pode não ser o momento certo. Você pode não ser a pessoa certa. Mas há alguma coisa sobre nós que eu quero dizer. Porque há algo entre nós de qualquer maneira. Eu posso não ser a pessoa certa. Esse pode não ser o momento certo. Mas há algo sobre nós que eu tenho que fazer. Algum tipo de segredo que eu compartilharei com você. Eu falo com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu divido coisas com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu rio com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu saio com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu preciso de você mais do que qualquer coisa em minha vida. Eu quero você mais do que qualquer coisa em minha vida. Eu sentiria sua falta mais do que de qualquer um em minha vida. Eu amo você mais do que qualquer um em minha vida.
-Daft Punk

Só ele conheceu..

Eu sabia que estava sendo amada, talvez como nunca em toda a minha vida. Mas absolutamente incrível. Só ele conheceu uma mulher corajosa que admitiu todos os medos, todas as neuroses, todas as inseguranças, toda a parte feia e real que todo mundo quer esconder com chapinhas, peitos falsos, bundas falsas, bebidas, poses, frases de efeito, saltos altos, maquiagem e risadas altas. Ninguém nunca me viu tão nua e transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de nadar em lugares muito profundos, de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente. Só ele viu meu corpo de verdade, minha alma de verdade, meu prazer de verdade, meu choro baixinho embaixo da coberta com medo de não ser bonita e inteligente. Só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso. Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele. Não foi só o muque que ficou mais duro, mas minha autopiedade também aprendeu a ser menos molenga. Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor. Impressionante como a gente sofre por nada. Um cheiro que mexe com você, um jeito de olhar contido, uma idéia inteligente, várias na verdade. Não, não é nada disso, a gente sofre é pela impossibilidade. Ele sabe que você nunca será mais uma daquelas mulheres sem nome, com quem ele janta ou come, pra sentir de dentro da redoma de vidro um sol artificial. Ele sabe e afirma pra você, todos os dias, que você é e sempre será única pra ele. A verdade é que eu ainda acredito em reencarnação. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê. Você segura minha mão e eu me sinto segura. E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia de janeiro e com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procurava. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso.
-Tati Bernardi (adaptado)
Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui. Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é.
-Fernanda Mello
É claro que eu vou lutar por você, é claro que não vou simplesmente te deixar ir. Eu sei como dói perder alguém, e eu nem quero imaginar a dor de perder você.                 
Tantas coisas eu disse que seria para sempre, e eu estava certa, mas eu não sabia que seria para sempre em minha memória, apenas em minha memória.
Eu quero ser ao teu lado
Encontro inesperado
O arrepio de um beijo bom
Eu quero ser sua paz.. ♪
- Paula Fernandes e Zezé Di Camargo (Pra Você)

terça-feira, 19 de abril de 2011

 
Quando a gente ama, mas os defeitos são condenáveis, fica mais acessível esquecer. Perverso é omitir de nós mesmos, uma mulher que amamos por inteira, alguém cuja mistura de qualidades e defeitos resultava numa parceira irreparável. Assim, tentar esquecer é lembrar. E lembrar dá raiva.
O que dá raiva não é a capacidade que ela tinha de bisbilhotar a vida alheia. O que dá raiva é lembrar do instinto maternal que acordava nela toda vez que você contraía um resfriado. Não dá raiva lembrar da atração irremediável dela por utensílios da Dolce & Gabbana. O que dá raiva é lembrar dos beijos prolongados antes do sol raiar.
Não dá tanta raiva lembrar dela assassinando a voz da Adriana Calcanhoto debaixo do chuveiro, quanto dá raiva recordar dela trajada de vestido florido, calcinha de algodão, chinelo havaianas e cabelos soltos desafiando o vento. A raiva que você sente da insensatez da garota para tratar das doenças sociais mundanas nem se compara com a raiva daquele jeito sapeca que te fazia desejar uma garotinha com o xerox daquele sorriso correndo pela casa.
Não é que ela fez de errado, nem os muitos defeitos, nem o que você viveu colado naquela têia. A pior raiva é das lacunas vazias que adeus nenhum é capaz de apagar.
Em ti eu consigo encontrar um caminho, um motivo, um lugar pra eu poder repousar, meu amor.
- Los Hermanos
 Das minhas coisas só eu sei. Do nosso amor a gente é que entende e sente.
-Clarissa Corrêa
Por que você ficou frio e sumiu e esqueceu e matou e deletou e resolveu e foi? Justo você que eu escolhi pra fugir comigo das feiúras do mundo..
-Tati Bernardi
Meu coração tá ferido de amar errado, você me entende?

Quando parece que não tem mais nada de novo pra acontecer você vem e me invade e me faz acreditar que ao seu lado eu posso ser a pessoa mais feliz do mundo.

O que se adia não será cumprido depois

É, talvez eu não saiba mesmo esperar. Mas você não sabe viver, não sabe sangrar, perder a cabeça, morrer de amor. E eu sempre acreditei tanto no seu potencial pra loucura. Tanto!
-Valdeline Barros

domingo, 17 de abril de 2011

Eu não tenho ideia de como se chama isso que estou sentindo, mas às vezes me pego pensando em você, e me dá uma vontade de te chamar de meu
-Ana D.

sábado, 16 de abril de 2011


Diga a ela que já me acostumei, com a idéia de nunca mais voltar, só preciso saber se ela esta bem, pois nunca foi fácil deixar de amar.. alguem..

Não acredito em quem fica dizendo eu-mudei-eu-mudei-eu-mudei. Quem muda não diz: a gente percebe em cada atitude.

O Contrato

Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós.A gente foi ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Mas a gente correu pra fazer piadinha sexual disso, como sempre.Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E você olhou do elevador e me perguntou: não to esquecendo nada? E eu quis gritar: tá, tá esquecendo de mim. E você depois perguntou: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu. Eu sempre fui sua. Eu já era sua antes mesmo de saber que você um dia não ia me querer.Mas a gente combinou que não era amor. Você abriu minha água com gás predileta e meu sabonete de manteiga de cacau. E fuçou todas as minhas gavetas enquanto eu tomava banho. E cheirou meu travesseiro pra saber se ainda tinha seu cheiro. Ou pra tentar lembrar meu cheiro e ver se ele ainda te deixa sem vontade de ir embora. Mas ainda assim, não somos íntimos. Nada disso. Só estamos aqui, reunidos nesse momento, porque temos duas coisas muito simples em comum: nada melhor pra fazer. Só isso. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim e diz que vai refazer o contrato. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno só porque o seu chapéu é muito legal. Não deixa eu assim, deslizando pelas paredes do chuveiro de tanto rir porque seu cabelo fica ridículo molhado. Não faz a piada do vampiro só porque você achou que eu estava em dias estranhos. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso.Combinamos que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro que escreve, e aquele outro que faz filme, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado.Adoro como o mundo fica coitado, fica quase, fica de mentira, quando não é você. Porque esses coitados todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é não querer tomar banho depois. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo.Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre.E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. E eu tive que me fantasiar de puta, só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor, só pra você poder me vestir e sair por aí com sua casca de não amor.E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo “bonito carro, boa balada, boa idéia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro.Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono. Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

À propósito, te agradeço. Não por ter me magoado e ido embora como se nada tivesse acontecido, mas por ter me ensinado a ser mais forte. E menos tola.
- Tati Bernardi

Dedico à todos os babacas que entram em nossas vidas e acabam com elas e nos dão a oportunidade de dar a volta por cima e terminar bem melhor do que quando estavamos com eles.. E claro, à todos e todas que já passaram por isso e superaram! 
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam? Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas um idiota que esqueceu de ir?
- Fernanda Youg

quinta-feira, 14 de abril de 2011

 Eu tenho medo da saudade, da distância e, talvez, do nunca mais.
- Ruleandson do Carmo
Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento, relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor. Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já está pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor se manifesta. A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor. Não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha. Como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita, ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

Algumas verdades ficam melhor mortas e enterradas — do contrário, podem destruir tudo em que você acredita
-Becca Fitzpatrick (Crescendo)
Que os sensíveis sejam também protegidos. Que sejam protegidos todos os que vêem muito além das aparências. Todos os que ouvem bem pra lá de qualquer palavra. Todos os que bordam maciez no tecido áspero do cotidiano. Todos os que propagam a bondade. Todos os que amam sem coração com cerca de arame farpado. Que sejam protegidos todos os poetas de olhar e de alma, tanto faz se dizem poesia com letras, gestos, silêncios ou outro jeito de fala. Que sejam protegidos não por serem especiais, que toda vida é preciosa, mas porque são luzeiros, vez ou outra um bocadinho cansados, no escuro assustado e apertado do casulo desse mundo.
-Ana Jácomo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Estar com você nunca me pareceu errado. É a única escolha certa que fiz. Você é minha única escolha correta.
-Becca F. (Crescendo)
Mas a verdade nua e crua era que nada que eu dissesse ou fizesse poderia realinhar as estrelas.
-Becca Fitzpatrick (Crescendo)
Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Esse medo de cair é recente. Veio acompanhado da alegria momentânea que você causou, mas ficou mesmo foi por causa da distância.
É difícil não tropeçar quando todos os rostos na rua são o seu. É difícil quando sua voz me chama de todos os lados. É difícil te esquecer querendo você em todos os outros.
-Verônica H.
Os grandes amores são assim mesmo, eles nos dão o caminho da emoção, mas os sentimentos de verdade são apenas nossos, ninguém copia, ninguém leva, ninguém divide...
-Tati Bernardi
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
-Clarice Lispector

sábado, 9 de abril de 2011

Eu gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou. Pela sua capacidade de me olhar devagar, já que nessa vida muita gente já me olhou depressa demais.
-Padre Fábio de Melo

Verbalizando a dor e a indiferença

Sabe aquela frase que diz "nada como um dia após o outro"? Parece só mais um clichê surrado, mas hoje ela parece se encaixar perfeitamente com a minha consciência. Eu sei que o pior já passou, mas essas lembranças ainda doem um pouco. Ultimamente eu ando tão dolorida que já criei anticorpos contra todas essas agressões verbais, porque é claro que vocês os que menos se importam. Não me peçam para chorar, porque chorar alivia e eu não quero aliviar nada. E não é masoquismo, é só saudade. Aprendi a lidar com isso; com o tempo tudo se esvai. Essa loucura desenfreada que dissipa a minha sã consciência e transforma o que eu penso em realidade. Mas não pensem que é fácil falar; encontrar as palavras adequadas tem sido mais difícil do que entender o que ele fez comigo. Ao contrário do que vocês pensam eu não estou triste. A única preocupação que tenho é fazer ele voltar pra mim, enquanto vocês ficam aí se lamentando por besteiras, feito eu. O diferencial é que eu manipulo, fantasio e verbalizo. É fácil desmentir. É fácil descolar um sorriso branco feito louça de banheiro e ligar o piloto automático. É fácil trazer ele de volta. É fácil ser eu. Nada como um dia após o outro.
- Garota Complexada

sexta-feira, 8 de abril de 2011

E se eu disser que já nem sinto nada, que meu coração já não bate mais forte quando te vê, o seu toque perdeu o encanto, não é capaz de me fazer mover nenhum músculo e as borboletas do meu estômago fugiram todas para bem longe. Você perdeu o poder de abalar a minha vida e se transformou em um nada, o nada que eu guardo na memória mas todos os dias eu tento esquecer. Você agora não passa da lembrança velha, do que eu queria que tivéssemos sido, sabia que poderíamos ser. Mas o verbo ser te assustou tanto que você escolheu não querer. Eu te olho nos olhos, sem me preocupar se estou bonita o suficiente para chamar a sua atenção, sem me preocupar onde você estava semana passada e se nesta semana o teu signo combina com o meu. Mantenho meu olhar firme em você, sem a mínima preocupação em saber quem foi a idiota que você beijou naquela festa descolada , ou a futura iludida que você finge namorar.A minha onda de preocupação gira em torno de mim mesma, nunca me amei tanto como agora. Acordo feliz, ao som de Ana Carolina. E repito firme a parte que diz: ‘’ Se eu disser que já nem sinto nada, que a estrada sem você é mais segura...’’ Repito mais uma vez para dar sorte , só para começar mais um dia radiante, transbordando de alegria , afinal, nunca foi tão maravilhoso não sentir nada.
Eu fico pensando se não somos tão carentes ao ponto de não viver melhor sem alguém. E há tanto medo de não ser escolhido, e de ser escolhido e ser trocado, ou ainda de não ser escolhido totalmente, ou de escolher e viver achando que essa escolha é uma prisão. Mas eu lembro de nós dois, enquanto penso nisso tudo, do nosso pacto pelo total aproveitamento diário, essa liberdade quase imposta de saber-se poder ir embora quando não for mais tão essencial. Eu lembro que se estamos juntos é porque, todos os dias, ao acordar e nos olharmos tão frágeis, tão fortes, tão vulneráveis, tão entregues, nós fazemos novamente a escolha de ontem, e cumprimos o resto do dia alimentando esse “estarmos juntos” com intensidade e delicadeza. Eu fico pensando nos nossos ajustes e na vontade que temos de sabedoria em meio a toda essa embriaguez da paixão. E acho que se esse ainda não é o caminho certo, pelo menos, é o mais bonito por enquanto.E o que me deixa mais inteira, a cada passo. E fico pensando enquanto avanço: eu amo construir a mesma estrada com você...
Eu amo morar no teu abraço.
-Marla de Queiroz

Eu gosto de como você se empresta para a minha vontade de sentir de novo. Saio da sua casa feliz porque estava frio e roubei uma blusa com duas respingadas velhas e já lavadas de óleo. Eu gosto da sua barriga porque você consegue a santíssima trindade da barriga perfeita: velho, intelectual, sarado. Você tem aquela pele já meio descolada dos ossos e isso me enlouquece. É o vão de quem viveu mais. É o labirinto onde eu fico quando você acha que eu não estou ali. Entre seus ossos e músculos.Você é um preguiçoso, espalhado tão elegantemente com as cuecas largas, em seu sofá com almofadas de mocinha. Absurdamente animado com milhões de coisas maravilhosas que você lê ou escuta pela metade, querendo saber tudo ao mesmo tempo pra esquecer mais rápido e de uma vez. Querendo não saciar das coisas, pra caber mais do resto todo que nunca chega. Você tem a noção mais bonita de insuficiência e exagero que já vi. Você tem o desapego pós empolgação menos levado a sério que já vi. Mas isso tudo é escondido pelos seus olhos de desligamento. É quase desinteressante o seu funcionamento, não fosse tão digno de me emprestar um pouco de umidade pra secura que trago da rua.Você tem todos os gominhos no lugar como se fosse um garoto de academia. Isso me faz rir embaixo do edredom, olhando a tirinha suicida do meu sutiã que se jogou solitária e antes da hora. Você fez a escolha da vida dos homens desgastados e pra dentro, mas é como se os deuses te mandassem, ainda assim, doses diárias de uma beleza que me surpreende a cada vez que tento te transformar em qualquer coisa da minha tarde. Não precisa pente, banho, esteira, sol, peso, gilete. Você acorda naturalmente com a beleza que eu só tenho, ao acordar, se acordar duas horas antes.Eu gosto de você porque são tantos milhões de coisas que você sabe, mas você fritou e não diz nada. Você sabe tanto que tem preguiça. Eu percebi que minha ansiedade é a típica da garota boba que leu nove livros, sabe de sete músicas, viu quatro filmes, conhece dois lugares e acha que ainda ama um homem. Quem sabe mesmo, nem começa a dizer. É tanto que dá preguiça. Seria uma vida a dizer mas você já esqueceu ou dormiu no meio. Você precisa sim da sua biblioteca que dá cinco voltas no teto pra ser amado. Mas precisar disso te enche da vontade deliciosa de deixar o que a gente precisa pra lá.Você faz com você o que faz com todos os livros. Para na metade. Assim sobra tempo de assassinar minha roupa e depois dormir enquanto eu conto os pedaços pela casa. Meus e das minhas histórias.Então eu gosto de você, de novo, porque não falamos nada. Você porque dormiu de novo ou quer demais. Eu porque quero de novo ou dormi demais. Você porque sabe muito. Eu porque não sei porra nenhuma.E o portão enorme de vidro se fecha com você meio curvado, malditas costas. Faz minha vigília até o carro como um pai e isso me dá vontade de voltar. Parece errado, mas pra mim, pros defeitos que me formaram e por isso mesmo é só o que posso sentir quando sinto sem script, sinto que as plantas estão onde deveriam. E meu carro, e tudo. Se encaixa. Eu sou o senhor cabeça de batata esperando seu bigode encaixar em mim pelas mãos das crianças que nunca deixam de brincar com os velhos brinquedos de verdade. De novo, levando a pureza bem a sério pra pelo menos existir um pouquinho em meio a tudo isso. E eu, você não sabe como te agradeço, vou escutar música alta no carro e nem reparar que o sinal abriu.
-Tati Bernardi

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Não te amo mais, queria dizer a ele, pela primeira vez, sem esperar que ele sofresse com isso. Sempre quis que ele sofresse com o dia em que eu não o amasse mais. Mas justamente porque eu não o amo mais, nem quero mais que ele sofra. Aliás, não quero mais nada.
- Tati Bernardi
Quando enfim penso que estou me acostumando, que estou te esquecendo, você ressurge de forma inesperada ocupando todos os espaços…
- Caio Fernando Abreu
Confesso que ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente… um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem. Confesso que às vezes me dão umas crises de choro que parecem não parar, um medo e ao mesmo tempo uma certeza de tudo que quero ser, que quero fazer. Confesso que você estava em todos esses meus planos, mas eu sinto que as coisas vão escorrendo entre meus dedos, se derramando, não me pertecendo.Estou realmente cansado.Cansado e cansado de ser mar agitado, de ser tempestade… quero ser mar calmo. Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: “Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.” Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso. Confesso que agora só espero você.
- Caio Fernando Abreu
Dói muito, mas eu não vou parar. A minha não desistência é o que de melhor posso oferecer a você e a mim neste momento.
- Caio Fernando Abreu

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez, ele volte. Ou não.
-Caio F.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Tem alguém aí?

Hoje lembrei de uma amiga. Pessoa especial, com um coração cheio de espaços vazios, não por falta de amor, mas por excesso de discernimento. Ela sempre soube exatamente o que valia ou não a pena. E eu sempre pensei assim: um dia vou aprender. Lembro que ela ouvia tudo o que eu tinha pra dizer e, olha, eu dizia muita coisa. Me repetia, mesmo filme, mesmas falas. E ela nunca me deu um pause - muito menos um stop.


Era uma época em que eu me dava muito e recebia pouco (ou seria nada?). Hoje, lendo relatos e ouvindo histórias, me dou conta que a gente insiste muitas vezes no mesmo ponto. Quem sabe assim o desejo não vira uma verdade? Uma forma ingênua de esfregar na cara do mundo o que existe dentro do coração. Incertezas, dúvidas, amores vazios. Eu precisava encher alguns amores. É que tem gente que precisa desesperadamente de emoção pra viver. Por isso, inventei uns amores pra mim. E digo isso sem a menor vergonha ou pudor. Eu queria e precisava de uma vida mais bonita. E, não sei se você sabe, a vida da gente só fica completa com um amor. Eu, por me sentir tão incompleta e por pensar tem-tanta-gente-ruim-se-dando-bem-e-eu-aqui-legalzinha-da-silva-só-quebro-a-cara, decidi por conta própria criar um mundo perfeito.


É muito fácil inventar uma história de amor, basta ter um suposto par. Você conhece uma pessoa, se encanta, constrói coisas e passa a acreditar naquilo. Tudo o que é dito é interpretado da sua maneira. Tudo o que é vivido é sentido pelo seu ponto de vista. Então, tudo fica lindo. Até que você percebe que viveu tudo sozinha. E volta pro início, repassa os acontecimentos e se dá conta de que foi ilusão. A ilusão tira o sossego da gente. "Nada vale a minha paz", não sei quem disse essa frase, mas acho ótima.


Com a maturidade, percebi que se alguém gosta de mim alguém gosta de mim. A regra é clara, a frase é tão simples que até parece mentira. Como poder ser tão simples? Sendo. O amor não é complicado para surgir, ele só é complicado de manter. Nada fica na mão de um só, porque o amor é feito de dois. E essa é uma importante parte: ninguém ama sozinho. Você não pode levar um relacionamento nas costas. Você não pode carregar sozinha uma relação, ainda mais se for inventada.


Um dia a gente cansa de contar amores. Ainda mais pra mim, que sou péssima em matemática. Uma hora também cansamos de inventar amores. Mesmo pra mim, que gosto de criar tantas coisas. Hoje lembrei da minha amiga. Falei com ela e, apesar de ter namorado, anda se sentindo sozinha. Me peguei pensando em como deve ser difícil ter um amor real e sentir uma solidão real.


Em um relacionamento, é importante cada um ter o seu espaço. Individualidade, peça indispensável no guarda-roupa. Só é preciso um certo cuidado pra que ela não traga um acessório indesejado e monte um look egoísta (sim, até a individualidade tem limite. Quando passa do ponto vira egoísmo puro). Gosto da solidão desejada, não da que faz doer. E vi que muita gente se sente só em um relacionamento, o que acho péssimo. É claro que ninguém precisa estar colado o tempo todo. Se a gente precisa de oxigênio pra viver, uma relação também precisa. É bom dar uma ventilada no ambiente, abrir janelas, deixar o sol entrar, fazer a energia circular. Mas sem tirar os olhos da outra pessoa. Porque quem ama sempre presta atenção no outro.
-Clarissa Corrêa

You're all I want, you're all I need, you're everything, everything..
Enseñame a dar abrazos. Y dime luego cómo hago para romper con un abrazo todas las cosas que nos separan..
-Fantasia Indefinida

Silêncio

Permita-me desfalecer enquanto disserto sobre coragens que não tenho. Deixe-me ir quando não houver mais disposição para ficar. Aceite minhas falhas que hoje me definem e me limitam, mas diga o que for preciso pra me corrigir. Deixe-me chorar pela incompletude desses dias que não passam, mesmo que seja bobagem, mesmo que minha solidão seja infundada e incompreensível. O telefone não toca e se você não conhece o desespero do silêncio, apenas aceite.

Eu ando sorrindo mentiras por aí. Fazendo novos eus, como se só houvesse possibilidade de ser verdade ao lado de alguém. É coisa de gente que se ilude, eu sei, gente que espera o aval de outras pessoas para ser feliz. Mas é que me dá um aperto, uma angústia. Você sabe do que eu estou falando, aquele sentimento que a gente tem quando todo dia é segunda-feira. Eu espalhei muito sorriso à toa, pra ver se um deles prendia alguém no canto dos lábios. Não funcionou. Mas ainda tenho alguns guardados, chorosos, quase desistentes, quase sem motivo, esperando valer à pena escapar pelos olhos.

Perdoe-me a indelicadeza, a maneira bronca no convívio humano. Falta-me a consciência de amar. Sobra-me o medo de ser mal entendida. Tenho limitações bobas que não se explicam com definições certas, palavras existentes. Tem um dicionário inteiro de termos ainda não criados para falar sobre mim. Não sei o que, não sei o motivo, não sei como. Não explico, nem me importo. Apenas sou. E isso tem que bastar.

Você me pergunta se eu não tenho coração. Eu tenho. Tenho um coração vazio de ódio ou amor. Se você não consegue ouvi-lo é porque não faz ele bater. Me provoque, me ofenda, brigue comigo, mas não me deixe presa no comum. Não permita que o tédio silencie meu coração.
-Verônica H.

O ilícito sempre nos pareceu tão correto, não tínhamos que negar toda essa força de atração e às escondidas fazíamos nosso papel de amantes, vivíamos este nosso tão genuíno amor.
-Giih(fragmento)

domingo, 3 de abril de 2011

Um dia talvez você entenda o quanto a sua distração me dói, o quanto esse seu silêncio me rasga.
- Caio Fernando Abreu

Me desperdiço, me dôo, me comovo, me arrebento de existir

Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez; que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas; que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma, e sim um signo do zodíaco.
-Gabriel García Márquez

Hasta Mañana


- ¿Jugamos a un juego? - preguntaste tras apagar la televisión. Habías estado cambiando de canal varias veces, pero al final no encontraste nada que captara tu atención.
.
-¿Qué clase de juego? - respondí Yo con otra pregunta.

-¿Tan poco te fias de mí? - volviste a preguntar Tú, sonriendo.


-Está bien...-desistí - juguemos.


- Es fácil, tienes que decirme cinco cosas que nunca olvidarás de mí.


-¿Cinco? - exclamé.


- ¿Qué pasa, te resultan pocas? - dijiste mientras te dirigias hacia la cocina.


-¿Pocas? - volví a exclamar - sería hacerme pensar demasiado...


- Venga, no me jodas, seguro que hay al menos cinco cosas que te gusten de mí - suspiraste mientras volvias de la cocina con una botella de agua freca en las manos.


- Está bien...veamos. - dije arrebatándote la botella y dando un trago - déjame tres minutos para pensarlo...


- Pensé que después de dos años juntos tendrías las cosas más claras, guapita. - finjiste una mueca de enfado.


Reí


- Allá voy...¿preparado?


- Siempre.


Volví a reir.


- Veamos- suspiré mientras hacia como que me costaba un tremendo esfuerzo pensar en algo que decir - me gusta cuando compras gominolas de colores, los paquetes esos que vienen solo las de naranja y las de fresa, y tú te comes todas las de fresa porque no te gustan las otras y yo hago al contrario porque odio las fresas...eso muestra nuestra gran habilidad para complementarnos - ambos reimos cómplices - me gustas cuando me hablas en inglés y no entiendo ni la mitad de lo que dices pero aún así te sigo el juego. Me gusta tu forma de escribir mi nombre, al lado de una carita sonriente, en los post-it que pones en la nevera cuando has tenido que irte a algún sitio y me has dejado la comida preparada. Me gusta cuando me acaricias la espalda, subiendo por la columna vertebral hasta el omóplato, y después hasta el cuello para terminar con un beso en los labios. Pero lo que más me gusta de tí, es a la hora de dormir, cuando te acuestas a mi lado y antes de apagar la luz me susurras un "hasta mañana". ¿Sabes por qué?


- ¿Por qué?


- Porque eso significa que estarás ahí cuando despierte para decirme "buenos días" y hacer que se ilumine el mundo - sonreí - ¿me ha quedado muy cursi? - pregunté dando otro trago a la botella de agua.


- Lo suficiente...


- Lo suficiente ¿para qué? - dije acomodándome entre tus brazos.


- Lo suficiente como para que te diga que te quiero, un poquito más cada día.

  "Por los besos que aún nos quedan en la boca, por los miles de homenajes que nos dimos, por nadar y no guardar nunca la ropa, por los dedos juguetones del destino... Porque somos lo que somos, porque fuimos lo que fuimos..."