Quando a gente ama, mas os defeitos são condenáveis, fica mais  acessível  esquecer. Perverso é omitir de nós mesmos, uma mulher que  amamos por  inteira, alguém cuja mistura de qualidades e defeitos  resultava numa  parceira irreparável. Assim, tentar esquecer é lembrar. E lembrar dá  raiva.
O que dá raiva não é a capacidade que ela tinha de bisbilhotar a vida  alheia. O que dá raiva é lembrar do instinto maternal que acordava nela  toda vez que você contraía um resfriado.  Não dá raiva lembrar da atração  irremediável dela por utensílios da  Dolce & Gabbana. O que dá raiva  é lembrar dos beijos prolongados  antes do sol raiar.
Não dá tanta raiva lembrar dela assassinando a voz da Adriana Calcanhoto debaixo do chuveiro, quanto dá raiva recordar dela trajada de vestido florido, calcinha de algodão, chinelo havaianas e cabelos soltos desafiando o vento. A raiva que você sente da insensatez da garota para tratar das doenças sociais mundanas nem se compara com a raiva daquele jeito sapeca que te fazia desejar uma garotinha com o xerox daquele sorriso correndo pela casa.
Não é que ela fez de errado, nem os muitos defeitos, nem o que você viveu colado naquela têia. A pior raiva é das lacunas vazias que adeus nenhum é capaz de apagar.
Não dá tanta raiva lembrar dela assassinando a voz da Adriana Calcanhoto debaixo do chuveiro, quanto dá raiva recordar dela trajada de vestido florido, calcinha de algodão, chinelo havaianas e cabelos soltos desafiando o vento. A raiva que você sente da insensatez da garota para tratar das doenças sociais mundanas nem se compara com a raiva daquele jeito sapeca que te fazia desejar uma garotinha com o xerox daquele sorriso correndo pela casa.
Não é que ela fez de errado, nem os muitos defeitos, nem o que você viveu colado naquela têia. A pior raiva é das lacunas vazias que adeus nenhum é capaz de apagar.

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