Dei um  suspiro fundo. Um suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro  imenso, profundo, intenso. Um suspiro que a gente só dá quando lembra de  alguém que foi importante na nossa vida.
Você já deve ter tido um  amor assim (por favor, diz que sim!). Aquele amor que te agita, vira do  avesso, grita. Aquele amor que te deixa louca, viva, boba. Aquele amor  que faz você se sentir especial, nova, única. Aquele amor que faz você  ver a vida de outra maneira.
A gente tem a mania de  achar que não consegue ser feliz sozinha. E que precisa do outro para  viver, respirar, crescer. Pequenas, ouvimos Cinderela, Rapunzel, Bela  Adormecida. Crescidas, esperamos bilhetes, florzinhas, carinhos.  Erradas, queremos uma pessoa perfeita. Acho que a perfeição está na  nossa forma de olhar as coisas. E que realmente é bem melhor ser feliz  acompanhada: existe algo mais gostoso que dividir uma felicidade?
Eu gostava tanto de você.  Do seu jeito de falar manso. Da maneira como as palavras que saíam da  sua boca dançavam alucinadas no meu ouvido. Da forma como as suas mãos  sempre quentes tocavam o meu corpo. Do seu olhar que me arrepiava por  dentro e por fora. E que fazia com que eu me sentisse a pessoa mais  especial do universo inteirinho. Era isso: você fazia com que eu me  sentisse diferente de todas as outras.
Uma mulher quer se sentir  desejada todos os dias. Com letras ou ações. Com olhares ou  manifestações. De qualquer jeito, a qualquer hora, em qualquer lugar.  Você conseguia isso de todas as formas possíveis. E com você eu aprendi a  me amar, me olhar, me proteger.
Fiz tudo que podia para  ficar com você. Fui até onde meu coração deixou. Até onde suportei. Até  onde consegui resistir. Mas não consegui. Qualquer tipo de sentimento,  para viver e se fortalecer, precisa de cuidado e atenção. E eu não podia  fazer por mim e por você. Por isso, desisti. Afoguei o quase amor que  tinha por você e decidi seguir em frente.
Dei um suspiro fundo. Um  suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro diferente, sem mágoa,  coerente. Ai, que saudade daquela pessoa sem medo, que se entregava sem  pensar em nada, que tinha a ingenuidade no coração e no olhar. Ai, que  saudade de mim.

Nenhum comentário:
Postar um comentário