Há várias formas de se estar presente. Você me ocupa inteiro e ainda  assim há tanto espaço vazio. Quando quis te esquecer eu só quis me  reerguer. Você não me amou e eu terei que não te amar. Tão tênue linha  entre a vingança e a reciprocidade. Eu te amava sem me importar com o  que você fizesse. Agora não importa o que você faça eu não te amo mais.  Tão perigosa proximidade do amor incondicional e da indiferença. Reflete  coração sobre quem em ti habita e convida à uma nova moradia quem tua  esperança sufoca. Você habitou tanto tempo os meus sonhos. Você foi por  tanto tempo o meu destino e eu sequer consegui ser o seu caminho.  Passamos do tempo de dar o passo. Vou ter que reescrever a nossa  história e não buscar sentido no que bem sei o motivo. Poderíamos ter  engolido o orgulho e voltado aos dias que não eram assim. Eu fui sem me  explicar. Você ficou sem estar. Mas nem meus dois olhos que brilhavam  como um farol que poderia ser visto da mais longa distância não  brilharam o suficiente para te fazer voltar. Mas o fim mesmo, o fim se  deu quando você deixou de me inspirar, se você não vinha, se eu não te  via quais palavras alimentariam esse monstro feroz do amor que ainda me  arranca o peito? Você não voltou. Eu deixei de dar de comer à esperança.  É, eu sei, não direi que te amei. Você estava ocupado demais tentando  fingir que nada aconteceu enquanto eu tentava te esquecer. Falhamos em  amar quando desistimos de nos perdoar. E falhamos mais ainda quando  fingindo fugimos e esquecemos de me libertar de nós.
-Ruleandson do Carmo 

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